segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

TIC TAC



TIC TAC. O tempo é implacável. Nada o impede. Ele está sempre correndo, fazendo do futuro o agora, e do agora passado. É restaurador quando queremos que ele passe rápido, quando ele cura feridas. Mas como é terrível a espera, acompanhada da dúvida e da incerteza! Os ansiosos sabem do que eu estou falando. Sentado no sofá, pontos de interrogação pairando no ar, pernas inquietas e um relógio de parede num Tic Tac agoniante. Nessas horas a maior vontade é de se levantar e matar quem está te matando. É agarrar o relógio, quebrar em pedaços seus ponteiros e tacá-lo na parede até parar de funcionar, esquecendo que o tempo não mora naquele relógio, e nem pode ser tocado. Enquanto se desvencilha de seus pensamentos destruidores, segura firmemente as próprias mãos para que elas não corram ao telefone e liguem para quem esperam que ligue. Talvez o problema seja outro – a espera de um sim ou não, o resultado de um exame sério, que horas fulano chega ou que é que ele tem de tão importante para falar comigo. Nem sempre essas respostas para essas dúvidas têm hora definida para vir à tona. Só quem espera sabe o desespero que é não ter hora marcada para o esperado, ou então como as horas passam devagar quando elas deveriam correr. E o que podemos fazer a respeito? Quem sabe a distração seja uma boa solução para alguns, para outros nem tanto. O lance é que a inquietação precisa ser vencida, e a mente precisa aprender a se concentrar. A pessoa impaciente adquirirá (ironicamente) paciência com o decorrer do tempo, e chegará um momento em que a espera não será TÃO ruim assim. Exercite esse dom. TIC TAC, TIC TAC.

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